Exames/Secundário: Negativas a Matemática A sobem de 13% para 20%
As negativas a Matemática A, 12.º ano, dispararam este ano no exame nacional da disciplina, com a taxa de reprovação a atingir os 20 por cento na primeira fase, contra 13 por cento em 2010, revelam resultados hoje divulgados.
A disciplina conseguiu, ainda assim, uma média positiva de 10,6 valores no exame nacional deste ano, contra 12,2 em 2010, considerando o universo de alunos internos (27.701), aqueles que frequentam as aulas durante todo o ano letivo e representam a grande maioria dos estudantes que fazem a prova.
Quando consideradas todas as provas realizadas (39.169), a média total desce de 10,8 para 9,2 valores, segundo os dados hoje divulgados pelo Ministério da Educação.
Este exame foi aquele que este ano teve a maior taxa de reprovação (20 por cento), quando no ano passado foi a prova de Física e Química A aquela que teve mais notas negativas (25 por cento).
Segundo o Ministério da Educação, os exames decorreram em 627 escolas, das quais 508 da rede pública e 119 do ensino particular e cooperativo.
O processo decorreu com normalidade e apenas foi aplicada uma prova especial a Matemática A, por “erros na gestão do tempo por parte dos professores vigilantes”, numa escola de Lisboa.
A Matemática Aplicada às Ciências Sociais melhorou os resultados, tendo a taxa de reprovações passado de 12 por cento, no ano passado, para nove por cento nesta primeira fase de 2011.
A média dos alunos internos subiu de 10,1 para 10,13 valores e a média total recuperou de 9,5 para 10,5.
Professores de Matemática dizem que descida das notas "era esperada"
Os professores de Matemática consideraram hoje que a descida das notas nos exames nacionais do 12.º ano da disciplina “era esperada”, tendo em conta o maior nível de dificuldade desta prova em relação à do ano passado.
Em declarações à Lusa, o presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), Miguel Abreu, afirmou que a prova deste ano “tinha um nível de exigência ligeiramente superior ao do ano passado”, explicando que o exame era “mais trabalhoso e implicava uma maior capacidade de resolução” dos exercícios.
Para o responsável da SPM – anteriormente liderada por Nuno Crato, atual ministro da Educação -, é “de certa forma um bom sinal” que as notas “não tenham descido mais, tendo em conta a dificuldade” da prova.
Uma mudança que representa “um passo positivo”, diz Miguel Abreu: “É mais adequado àquilo que julgamos dever ser um exame para alunos que vão ingressar, no ensino superior”, em engenharias ou tecnologias.
O professor considera que o conjunto de provas de aferição e de exames da disciplina deste ano permite “uma muito melhor avaliação, com dados muito mais fiáveis”.
Também para a responsável da Associação de Professores de Matemática, Elsa Barbosa, as provas de Matemática A, Matemática B e Matemática Aplicada às Ciências Sociais eram “equilibradas e adequadas aos programas vigentes”.
Sobre o exame de Matemática A, a responsável afirmou que “já se esperava que houvesse menos notas mais elevadas, nomeadamente de 20 valores”, apontando que a prova tinha “uma diferenciação” – que considerou “justa” -, com exercícios adequados à generalidade dos alunos, mas também para os estudantes muito bons e excelentes.
“Os resultados não são preocupantes, mas não quer dizer que não se tenha de continuar a trabalhar”, sustentou.
A professora congratulou-se ainda com “a subida da média” nos exames da Matemática B e na Matemática Aplicada às Ciências Sociais.
fonte:Lusa